sábado, 30 de abril de 2011

KERS – Kinetic Energy Recovering System (Sistema de Recuperação de Energia Cinética).

Apesar de ser chamado de sistema, o KERS é na verdade um conceito. Diferentes sistemas podem ser usados para cumprir o objetivo do KERS, que é acumular energia gerada nas frenagens, que seria desperdiçada, para ser usada como propulsão novamente.

Como professores de tecnologia, ficamos tentados em detalhar e esclarecer o funcionamento desse tipo de equipamento.

A primeira questão que assombra o assunto: a falsa impressão de que a energia aproveitada pelo KERS é provida diretamente pelo calor gerado na frenagem. Verdadeiramente existe essa relação... Entretanto, devemos considerar algo muito importante, esse calor nem chega a ser produzido.

Afirmar que: “a energia armazenada nas baterias do KERS provém diretamente do aquecimento do sistema de freio do veículo”, como fazem alguns repórteres televisivos, está ERRADO. Considerando o sistema de recuperação denominado Elétrico, essa energia provém de um gerador que é acoplado ao sistema de tração do carro. Quando esse gerador é acionado, o atrito inerente aos geradores passa a atuar como freio, lógica e oportunamente quando o piloto pisa no freio. Além do sistema de recuperação elétrico existe o mecânico e híbrido (detalhes no último link). Na frase anterior falamos do atrito que atua em um gerador, mas não expliquei detalhadamente. Enfim, um gerador é algo muito parecido com os motores elétricos que todos temos em casa, simplificadamente funcionado ao contrário de um gerador, transformando energia em elétrica em energia de movimento (cinética). O gerador transforma energia cinética em energia elétrica, e nessa transformação ele impele certo arrasto mecânico ao eixo de rotação. É por esse arrasto que precisamos de tanta “força” para gerar energia elétrica, como numa hidrelétrica com a queda d’água, ou numa usina nuclear com o jato de vapor da caldeira.

Voltando ao carro de F1, esse arrasto do gerador no KERS atua como parte do freio em conjunto com sistema normal de freios do carro. O sistema normal de freios é então “aliviado”, pois agora possui um “ajudante”, quando o KERS é acionado (para carregar), o disco, pelo menos teoricamente, não aquece tanto como quando ele trabalhava sozinho.

O alívio nos discos de freio, são apenas na roda traseira, ao qual o KERS está ligado. Os discos dianteiros continuam trabalhando “sozinhos”. E vale lembrar que muitas vezes e distribuição de freios de um F1 é deslocada para frente.

Agora, sendo esclarecido como se dá o carregamento das baterias, vamos à outra parte, utilizar o KERS para aumentar a potência do motor e conseqüentemente a velocidade do F1. Essa parte é mais simples. Hoje em dia é relativamente fácil produzir um gerador que simultaneamente atue como motor. Isso mesmo, o próprio gerador do KERS, aquele acoplado ao sistema de tração, utiliza a energia que foi armazenada na bateria para aumentar a potência do carro. Tornando-se literalmente um motor extra que o piloto aciona. Nesse dado momento o F1 transforma-se no que a indústria automobilística chama de carro híbrido. Movido por um motor a combustão e outro elétrico. A grande diferença é que nos carros comuns de passeio híbridos, o motor elétrico é carregado na “tomada”, enquanto no F1 isso é feito durante a frenagem. O motor/gerador do F1 aumenta, segundo as equipes, em torno de 80 cv a potência do conjunto. Por fim de comparação é como se o piloto apertasse no botão e tivesse a ajuda de um motor de carro 1.0L. O motor a combustão de um F1, gera sozinho, mais de 600cv.

Infelizmente, o segredo industrial na construção desse tipo de equipamento não permite que tenhamos outros detalhes.

Para aprender MAIS:

Como tudo funciona:

http://carros.hsw.uol.com.br/kers.htm

Vídeos:

http://www.youtube.com/watch?v=R-A6ZcenX7s

http://www.youtube.com/watch?v=SLdepyyupWw

http://autosport.aeiou.pt/users/0/51/8ff5aaab.jpeg


Equipe de Ed. tecnológica Colégio Geração.

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